Eu & Fim de Semana
Olga de Mello
Matéria destaca os lançamentos e clássicos da bibliofilia.
Casa da Palavra publica importantes obras do gênero e se firma como uma das principais no mercado editorial
Casa da Palavra publica importantes obras do gênero e se firma como uma das principais no mercado editorial
Na foto, a livraria Shakespeare and Company, em Paris: dois livros tratam da lendária livraria, ponto de encontro de escritores do início do século XX e abrigo recente para um jornalista canadense
Quando tenho algum dinheiro, compro livros; se me sobrar um pouco, compro roupas e comida. Assim o pensador holandês Erasmo de Roterdã (1455-1536) explicava seu amor pelos livros, produtos cujo consumo em larga escala foi iniciado durante sua infância, quando o alemão Johannes Guttemberg, por volta de 1545, criou a primeira prensa. Depois de popularizar-se ao longo dos séculos e enfrentar a era da informática, o livro firma-se cada vez mais como objeto de culto, alcançando o nível de tema literário de sucesso em países onde tradicionalmente a leitura é um luxo para poucos. Apenas no Brasil, quatro títulos estrangeiros freqüentam, simultaneamente, as listas de mais vendidos, seguindo bons desempenhos em outros mercados. Ao lado de dois romances a respeito de crianças que procuram - ou furtam - livros, relatos semijornalísticos sobre livreiros que hospedam escritores vêm conquistando os leitores brasileiros.
Desde seu lançamento há cinco meses, A Menina Que Roubava Livros (Intrínseca, 494 págs., R$ 39,90) vendeu 150 mil exemplares e aumentou em 500% o faturamento da editora, revela o presidente da Intrínseca, Jorge Oaquim, que vê no romance um clássico contemporâneo: Será igual a O Mundo de Sofia, um livro para jovens leitores que conquistou os adultos, diz. O público brasileiro também se entusiasmou com A Sombra do Vento, do espanhol Carlos Ruiz Zafón, (Suma de Letras, 399 págs., R$ 39,90), um fenômeno literário que permaneceu mais de cinco anos na lista de best-sellers na Espanha e vendeu mais de 6,5 milhões de cópias em todo o mundo, sendo 35 mil no Brasil.
Há 54 semanas O Livreiro de Cabul (Record, 316 págs., R$ 42), da jornalista norueguesa Âsne Seierstad permanece nas listas dos mais vendidos, que estão abrindo espaço também para Um Livro por Dia - Minha Temporada Parisiense na Shakespeare and Company (Casa da Palavra, 320 págs., R$ 39,90). Irritado com a abordagem de Âsne, a quem hospedou por três meses, sobre a rotina doméstica de sua família, Shah Muhammad Rais escreveu Eu Sou o Livreiro de Cabul (Bertrand, 96 págs., R$ 26,00), com outra versão sobre o modo de vida no país de maioria muçulmana, arrasado pela guerra.

Nenhum comentário:
Postar um comentário